Começar na carreira de esteticista é o sonho de muitas profissionais — e não é para menos: a área da estética está em constante expansão e é um mercado que raramente sofre com crises. No entanto, iniciar na profissão não se resume apenas a comprar uma maca e fazer um curso de limpeza de pele. Existem elementos fundamentais que você precisa compreender para evitar problemas e prejuízos financeiros. É sobre isso que vamos conversar neste artigo.

Minha jornada inicial

Sou de família humilde e embora nunca tenhamos passado fome graças a Deus, tivemos uma vida com muitas dificuldades e privações. Para ajudar no orçamento da casa, eu comecei a trabalhar muito cedo, com 12 anos. Por ter começado a trabalhar muito cedo e em jornadas muito longas, eu precisei parar de estudar.

Por muitos anos, trabalhei em shoppings e lojas de roupas. Porém, não me sentia feliz e não via perspectivas de crescimento profissional. Tinha dificuldade em me manter nos empregos devido à rotina extremamente exaustiva do varejo.

A idade também era um fator — eu percebia que algumas empresas não queriam contratar pessoas mais maduras, mesmo eu tendo apenas 25 anos. Elas davam preferência para adolescentes, que tinham mais energia e aceitavam trabalhar das 10h às 22h.

Eu queria sair das vendas de loja, mas não sabia como. Mas eu sabia que precisava estudar. Então fiz o supletivo para conseguir concluir o ensino médio e depois de finalizar, comecei a pesquisar alguns cursos e me identifiquei com várias áreas diferentes: filosofia, teologia, psicologia, marketing e estética.

Os cursos eram completamente diferentes entre si, e cada novo teste vocacional que eu fazia só me deixava mais confusa.

Como decidi meu caminho

Como eu estava indecisa e todas essas profissões me pareciam interessantes, comecei a analisar os prós e contras de cada uma, até finalmente me decidir pela estética.

Depois de decidir, comecei a procurar cursos. Em meados de 2010, eu conhecia apenas três faculdades que ofereciam estética: o Senac, a Anhembi Morumbi e a Unip.

Todas essas universidades eram renomadas e muito interessantes, mas uma estava fora do meu orçamento, e as outras que eu podia pagar ficavam muito distantes da minha casa.

Embora eu quisesse fazer a graduação, o curso Técnico apresentava mais vantagens para minha realidade naquele momento. A grade curricular era equivalente à da faculdade, oferecia aulas práticas, ficava mais próximo do meu trabalho e, mesmo chegando um pouco atrasada, eu conseguiria conciliar os horários. Com o Técnico, eu poderia fazer a transição de carreira mais rapidamente, que era meu objetivo principal. Fiz o curso no Colégio 24 de Março, em São Paulo.

Transição para a Área de Estética

Após 4 meses estudando, comecei a enviar currículos para entrar na área. Eu tinha muita vontade de trabalhar na Anna Pegova, um instituto muito renomado de estética. Deixei meu currículo cheia de expectativas e, para minha alegria, passei na entrevista e comecei a trabalhar lá. Aquele lugar seria realmente uma escola para mim — lá aprendi tudo o que não tinha aprendido no curso e muito mais.

Comecei como trainee, depois me tornei consultora de vendas e, finalmente, fui promovida a esteticista. Em seguida, participei do treinamento de esteticista da empresa com as melhores profissionais que já conheci na área. Não foi um caminho fácil, mas essa experiência foi fundamental para me tornar a profissional que sou hoje. Serei eternamente grata por todo o aprendizado.

Começando a empreender na estética

Após 4 anos trabalhando na Anna Pegova, quis seguir meu caminho e fui atrás de empreender. Sem dinheiro, porque nunca o tive de sobra, com a cara e a coragem fiz parceria com o Salão Claudia Bonke em Taboão da Serra, onde fui muito bem acolhida e pude começar minha caminhada como empreendedora.

Após um pouco mais de um ano, já estava pronta para montar meu espaço e o montei na região de Pinheiros, em São Paulo. Fiquei quase dois anos atendendo em meu espaço, até fechar a agenda e começar a focar em minha loja virtual, que havia criado paralelamente. Achava que a loja teria maior projeção de crescimento pois ela era muito mais escalável que os atendimentos. Trabalhei, viu. Trabalhei muito. E ainda estudei muito, fiz vários cursos, palestrei em congressõs, prestei consultoria para clínicas, marcas de cosmético e profissionais.

Ministrei cursos para várias profissionais em parceria com marcas de estética. Antes, em 2016 havia começado a graduação. Esse era um sonho e um projeto que eu tinha firmemente que eu não tinha conseguido fazer antes por causa das condições financeiras. Mas em meio a tantas coisas que estava fazendo, tive um burnout, sindrome do pânico, depressão e precisei trancar. O sonho teria que esperar. Aí tive mais um golpe. Minha loja quebrou entrou em uma dívida absurda. Sempre tivemos muitos clientes, graças a Deus, mas o fato de nunca ter empreendido, nunca ter sido realmente empresária, a insegurança de ter vindo do zero e o crescimento rápdio aliado a uma síndrome do impostor e ainda por cima ter confiado muito em pessoas que se diziam parceiros, nos levou a cometer erros de administração absurdos. E com muita tristeza, meu sonho da loja se encerrou em 2019 com dívidas absurda que só Jesus , realmente Ele, nos deu a direção e força para conseguir pagar.

Finalmente em 2020 eu retomei minha tão sonhada graduação e consegui concluir em 2023. Nesse mesmo período, construimos, meu marido e eu nossa querida escola o Estética Club onde ajudamos as profissionais da estética empreender com pé no chão, a não cometer os erros que eu cometi e a prosperar com solidez.

Esse foi um resumo da minha história e serve para mostrar as divesas possibilidades que o nicho de estética pode te trazer. Não vou me estender demais, porque não é apenas sobre mim esse artigo, ele é para te ajudar a discernir seu caminho e entender a profissão de esteticista.

Veja mais minha história aqui

Qual caminho escolher quando estou começando?

Embora empreender seja sonho de muitas pessoas e a estética seja uma área muito desejável, é sempre importante começar do jeito certo e começar pelo começo.

Desde 2018, a profissão de esteticista foi regulamentada e hoje para atuar na área é exigido ou o Técnico ou a Graduação em Estética.

A boa notícia é que hoje está muito mais fácil estudar do que era em 2010 quando eu comecei. Há um número muito maior de universidades que oferecem o curso de Estética e Cosmética. .

Qual a diferença do Técnico para a Graduação?

Em questão de Matriz curricular, ambos praticamente possuem o mesmo conteúdo. Mas há diferença quando à atuação de cada um. Vamos ver as diferenças:

O que faz o Técnico em Estética

O técnico é mais focado na prática, mais mão à obra e o curso é um pouco mais curto que a graduação. Há alguns de 1.200 horas. O meu foi de 1.350 horas.

De acordo com o artigo 5° da Lei 13.643/2018 compete ao Técnico em Estética

I – executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando como recursos de trabalho produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);

II – solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro profissional que complemente a avaliação estética;

III – observar a prescrição médica ou fisioterápica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da situação, avaliação médica ou fisioterápica.

O que faz o Graduado em Estética

A Graduação é um pouco mais extensa que o Técnico, tem uma base um pouco maior de teoria e é um curso superior, o que te dá a oportunidade de fazer pós graduação e ter vida acadêmica. A carga horária é de pelo menos 2.400 horas.

De acordo com o artigo 5° da Lei 13.643/2018 compete ao Esteticista e Cosmetologo, além de todas as atribuições do Técnico em Estética, também as seguintes atribuições:

I – a responsabilidade técnica pelos centros de estética que executam e aplicam recursos estéticos, observado o disposto nesta Lei;

II – a direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que observadas as leis e as normas regulamentadoras da atividade docente;

III – a auditoria, a consultoria e a assessoria sobre cosméticos e equipamentos específicos de estética com registro na Anvisa;

IV – a elaboração de informes, pareceres técnico-científicos , estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Estética e à Cosmetologia, em sua área de atuação;

V – a elaboração do programa de atendimento, com base no quadro do cliente, estabelecendo as técnicas a serem empregadas e a quantidade de aplicações necessárias;

VI – observar a prescrição médica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após avaliação da situação, prévia prescrição médica ou fisioterápica.

Veja: Lei da Esteticista

Escolha o que é melhor para você e não pare de estudar

Nessas escolhas não existe o melhor e o pior. Existe o que é possível para você no momento. Para mim em 2010, era possível o Técnico em Estética e foi muito bom. Aprendi muito, mudei de área, empreendi, foi muito válido e com o tempo fui buscar a graduação.

É preciso entender que se você optar pelo técnico por algum motivo, já tenha em mente que a graduação será importante você fazer, pois ela te permitirá crescer ainda mais. Ou você já pode começar direto pela graduação e depois traçar um caminho de especializações.

O importante é que você deve ter em mente que você nunca vai deixar de estudar. Nunca mesmo. Deixar de estudar na estética é ficar parada no tempo e esse é um mercado que está em constante movimento.

Espero que esse conteúdo tenha te trazido muita clareza e que você possa fazer a melhor escolha para que sua caminhada seja muito próspera e feliz.

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